GRUPO DE ESTUDO

Sindenergia quer participar de discussões sobre PCH´s no Pantanal

ALMT vai contratar estudos da UFMT sobre os impactos provenientes de construção de PCHs e UHs na região

O Sindenergia – Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso quer participar das discussões da Assembleia Legislativa sobre a preservação do Pantanal e as consequências causadas pela construção de pequenas centrais hidrelétricas – PCHs na região. Acompanhado do assessor jurídico, Henrique Helias de Albuquerque, o conselheiro Ralph Rueda esteve nesta semana com os deputados Eduardo Botelho (presidente da Assembleia Legislativa) e Guilherme Maluf para oficializar o pedido.

“Sabemos que a Assembleia vai criar um grupo de estudos sobre as Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs no Pantanal. Então, propomos ao presidente para que façamos parte desse grupo e estamos dispostos a contribuir e mostrar o lado das PCHs, pois elas não atrapalham a vida do Pantanal e do homem pantaneiro”, garantiu Rueda.

Durante a reunião com Botelho e o deputado Guilherme Maluf, Rueda explicou o trabalho realizado nos locais onde tem PCH ou usina hidrelétrica. Disse que nas áreas indígenas o trabalho socioambiental dispõe de ações de desenvolvimento da cultura, saúde, educação, agricultura e, até mesmo, a criação de peixes.

“O que pedimos ao presidente é que nos dê espaço para mostrar as benesses que as PCHs e UHs promovem. Especialmente, em Mato Grosso, que é proeminentemente fornecedor de energia e vai gerar muito emprego e investimentos para o estado. Temos o melhor potencial na geração de energia do país, com investimentos na ordem de R$ 50 bilhões no estado”, disse Rueda, ao sugerir o trabalho em conjunto com o Confaz para definir o pagamento de taxa sobre o uso da água, a exemplo do Pará.

Outra questão se refere ao grande volume de esgoto que chega à bacia pantaneira. Rueda lembra que a transição do Lago de Manso tem ajudado a manter o rio Cuiabá. “No período da seca se não fosse o Lago do Manso que ajuda a manter a lâmina d´água acima do normal, o Rio Cuiabá já teria acabado. Agora, cria um outro problema porque leva o resíduo sólido para a planície do Pantanal, então o problema do Pantanal não é PCH, é esgoto, onde 80% de Cuiabá seguem para o rio”, assegura o conselheiro.

O presidente Botelho considera importante a discussão ampliada com os setores. “Querem discutir conosco para abrir esse diálogo. Então, vamos colocar junto com as comissões e deputados para ampliar esse debate sobre esse setor que é um dos maiores do estado. O potencial é muito grande, já somos exportadores de energia e a perspectiva é que nos próximos 10 anos triplique essa produção. É importante essa relação entre a Assembleia e os produtores de energia”, disse o deputado.

Para o deputado Guilherme Maluf, a importância do pantanal justifica uma discussão franca e aberta entre todos os agentes públicos e privados, para assegurar o desenvolvimento sustentável da região. A ALMT está intermediando este debate na busca de soluções, num contexto que deve envolver também a despoluição do rio Cuiabá que joga esgoto e resíduos no pantanal. Por isso defendo e vamos trabalhar pela reativação do programa BID Pantanal.

Na semana passada, Botelho recebeu um grupo liderado pelo professor e deputado estadual Allan Kardec (PT) e assegurou a criação de uma comissão especial para discutir a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Pantanal. O pedido atende a reivindicação de autoridades, população da região e empresários contrários às obras com argumento de que têm causado prejuízos ao meio ambiente. O grupo é formado por empresários, vereadores e representantes dos municípios de Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço e Poconé.