AGRICULTURA FAMILIAR

Botelho recebe representantes do Banco Mundial para debater projeto MT Produtivo

ALMT vai integrar força-tarefa à elaboração e execução do projeto. Objetivo é investir US$ 100 milhões na Agricultura Familiar, criando nova matriz econômica

A Agricultura Familiar receberá um importante impulso para alavancar o setor. Está sendo elaborado o projeto Mato Grosso Produtivo, através da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar – SEAF), com o Banco Mundial, que vai investir US$ 100 milhões, em cinco anos.

Nesta segunda-feira (17), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União Brasil) recebeu, na Presidência da ALMT, Alexandre Kossoy, especialista Financeiro Sênior e Bárbara Farinelli, economista Agrícola Sênior, ambos do Banco Mundial, de Washington, Estados Unidos, e a secretária Teté Bezerra (SEAF).

Kossoy chamou a atenção sobre a importância da recuperação fiscal de Mato Grosso que o credencia a fechar negócios tão importantes como esse. “Mato Grosso está numa situação privilegiada, e por sinal a gente fica muito feliz de ter participado dessa transformação, que começou em 2018, num projeto com o Banco Mundial, de 150 milhões de dólares, foi uma reestruturação da dívida que o estado tinha e era muito cara. Mas, com o excelente trabalho de toda administração abriu espaço fiscal. Por conta disso, a gente conseguiu elaborar esse projeto de investimento novo, que o estado não tinha até então. A nossa discussão é exatamente seguir nesse processo de transformar o estado do que ele era, para algo completamente novo, muito mais moderno, muito mais adaptado”, afirmou o especialista financeiro.

Na oportunidade, Botelho conheceu detalhes da iniciativa e garantiu uma força-tarefa para colocá-lo em prática, uma vez que, já pensava em criar uma comissão na ALMT para elaborar ações em defesa da Agricultura Familiar. Explicou que há muito tempo vem falando com o governador sobre o setor, que precisa sair do assistencialismo para a transformação, se tornando autossustentável.

“Sou um crítico da forma de atendimento assistencialista, como vinha sendo feito o atendimento à agricultura familiar no estado, com a entrega de equipamentos sem resultados, distribuição de calcário sem fazer a análise do solo. Temos que trabalhar outra forma, a viabilização econômica da agricultura familiar. Fazendo isso tenho certeza que passará a ser a matriz econômica do estado. Temos mais de 300 mil pequenos produtores que podem se beneficiar e daqui uns dias vão se tornar pequenos empresários. Essa é a grande transformação que temos que fazer”, defendeu Botelho.

O deputado assegurou que a ALMT vai trabalhar junto no projeto para a construção da nova matriz econômica, a agricultura econômica, buscando a eficácia do projeto, da transformação. “A Assembleia Legislativa vai entrar nessa parceria. Tem que ser um projeto de estado, envolvendo todos as secretarias, como a Sema, Indea, Empaer, Intermat. Esse valor é pouco, mas já é um bom começo para criar o modelo econômico. É suficiente para darmos o impulso inicial”, avaliou o deputado.

Também mencionou que além dos US$ 100 milhões, sendo US$ 80 milhões do Banco Mundial, mais US$ 20 milhões do governo, será necessário investir ainda mais para contemplar todos os setores produtivos. A ação levará tempo para ser executada, pois serão necessários:  identificar o local, o solo, criar cooperativas e as marcas dos produtos.

De acordo com a economista Barbara, o projeto deverá chegar na ALMT no segundo semestre de 2023. “Foi muito positiva a reunião com o presidente [Botelho]. Trocamos várias experiências, o presidente tem uma conscientização enorme sobre o setor, já é a primeira instância de poder ouvir que o projeto que está sendo desenhado tem uma aderência às necessidades do estado”.

A secretária Teté Bezerra disse que o Mato Grosso Produtivo será exclusivamente para a Agricultura Familiar, para possibilitar que os produtos sejam transformados e cheguem aos mercados e aos consumidores, através das cooperativas e associações de produtores. “Estamos aqui com a missão que veio de Washington, de consultores do Banco Mundial, para contribuir com o grupo de técnicos de diversas secretarias do governo do estado comandadas pela SEAF, que tem a proposta da construção desse projeto. A importância da Assembleia Legislativa é a aprovação desse projeto, autorizando o acesso do governo a esse recurso internacional. Encontramos o presidente que também é defensor da Agricultura Familiar e demonstrou interesse em acompanhar a elaboração e a produção desse projeto. Foi uma reunião muito importante”, disse a secretária.

O presidente da Empaer, Renaldo Loffi, que também participou da reunião, está otimista com o investimento. “A agricultura familiar é uma atividade tão importante quanto a agricultura empresarial. Temos inúmeras famílias de pequenos proprietários rurais e o estado está trazendo esse projeto, para desenvolver as cadeias produtivas, como a do leite, da fruticultura, olericultura, apicultura e até do turismo rural. É um projeto muito importante e o setor poderá se organizar, tanto na produção, comercialização, transformação e no abastecimento do estado, pois importamos praticamente 70% desses produtos de outros estados”, concluiu.